Quero ser atendido. Agora!

Sempre fui uma pessoa calma e paciente, inclusive no meu trabalho, mas há momentos em que perco a cabeça.
Outro dia, ainda nesta semana, eram 18h15 – e saio às 18h20 para ir à faculdade -, tinha acabado de finalizar uma troca de um produto pra um cliente e fui passar meu crachá pra sair. Quando voltei ao setor para pegar minhas coisas, um cliente pediu uma informação. Solicitei a ele, um homem com cerca de 45 anos, a documentação necessária para solucionar seu problema, e disse para aguardar que o chamassem pelo nome. Assim que ele assentiu, outra cliente disse que queria trocar um produto. Disse a ela para aguardar, pois eu chamaria alguém para fazer a troca. Deixei avisado então, aos outros funcionários, para alguém atendê-la.
Neste horário, o crediário das Casas Bahia do centro (onde trabalho) fica lotado de clientes, e o atendimento tende a demorar um pouco.
Fui então me trocar para ir à faculdade.
Quando voltei, a cliente da troca começou a apontar pra mim, e o cara de 45 anos estava olhando bem bravo pra mim. Eu, já sem o uniforme, disse que o atendimento demoraria mais uns 20 minutos, pois outros clientes estavam na frente. Então ele se enfezou e pediu seus documentos de volta, dizendo que numa outra vez ele foi atendido assim que chegou, e que ia reclamar de mim à gerência.
A outra cliente, enquanto isso, queria me obrigar a fazer a sua troca, pois até então ninguém tinha feito. Também disse que ia se queixar à gerência.
Em "assombrosos" 5 minutos, estas duas pessoas se estressaram desnecessariamente, querendo passar na frente de todo mundo e querendo que eu, fora do horário de serviço, os atendessem preferencialmente (e nem um nem outro era gestante, idoso nem deficiente físico, e tampouco estavam com crianças de colo).
Aí te pergunto: como algumas pessoas podem estar sempre atrasadas e de mau humor, e serem tão estúpidas, achando que funcionários são escravos? Chegamos a tal ponto?
O resultado de atitudes assim é imediato. Fiquei muito bravo. A situação foi bem mais irritante do que foi ilustrado.
Que tal mudarmos nossas atitudes, com o objetivo de diminuir essa disseminação do estresse? Dormir mais cedo (deixando de lado o programa de fofocas da TV) e acordar mais cedo para não se atrasar. Programar-se para solucionar problemas diversos com tempo, ao invés de tentá-lo desesperadamente na hora do almoço. Não massacrar as pessoas no metrô (tentando entrar quando não é possível)...
Utópico na prática. Mas não custa muito tentar mudar a postura. Afinal, além de deixarmos de prejudicar outros cidadãos, beneficiaremos a nós mesmos.

Felipe Augusto.